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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

E não é que...?

... que o vestido da BCBG me ficou lindamente??? Que até teve de ser apertado??

Ia sem esperança. Cabisbaixa. Desanimada. Depois de todas as lojas que já palmilhei, depois de tantos provadores onde entrei e de onde saí com a auto-estima em frangalhos, pensei: Para quê? Para que é que a senhora, amorosa, da BCBG, mandou vir um número para mim, de propósito, do Porto? Para quê? Para a humilhação ser maior? Para nos rirmos às gargalhadas, da minha figura?
Entrei na loja e ela sorriu-me. Eu sorri-lhe de volta e disse: "Cá estou para a derradeira humilhação. É mesmo a última." Ela pegou no vestido, riu-se e atirou, com uma certeza quase próxima da adivinhação: "Vai ver... vai ver como até vai ter uma grande surpresa! Oiça o que lhe digo!"

Quando ela fechou a cortina do provador confesso que pensei, de mim para mim: "Uma surpresa vais ter tu, quando vires aqui a texuga dentro do vestido!"

Despi-me, sem pressa nem entusiasmo. Vesti-me, usufruindo dos últimos momentos de nano-micro-esperança. O sacana do vestido era lindo. Enfim. Sobe-o, aperta-o... enfrenta o espelho... Oh lá? Mas... mas... mas...

A funcionária pediu para entrar. Ajudou a apertar e exclamou: "O que é que eu lhe disse? Hum? Até vamos ter de o apertar, que está largo!"

Ia chorando. Fica-me bem! Ok, pessoas que vão ao recasamento: nada de imaginarem a Cláudia Schiffer, tá? É um vestido, não é uma cirurgia plástica! Mas... é lindo. E não me faz mais texuga do que já sou, coisa que tem acontecido com frequência.

Quinta-feira vou fazer a baínha, com os sapatos. E vou provar se ficou bem, o ajuste. E vou agradecer, pela milionésima vez, à dona Maria José, da BCBG da Rua Castilho, por ter sido tão querida e por me ter ajudado e por ter acreditado em mim.

Gastei muito mais do que queria, é certo. Mas não se faz 10 anos de casada todos os dias. E se há uma coisa que eu tenho aprendido com a vida e, sobretudo, com a profissão que eu tenho, é que todos os dias podem ser os últimos. Todos os dias podemos sair de casa e levar com uma grua nos cornos, com um camião TIR nos dentes, ou podemos nem chegar a sair de casa porque pode vir um sismo e encaixar-nos o andar de cima na mona. Fazer 10 anos de casada, nos dias que correm, é quase equivalente a completar as bodas de ouro. E, sobretudo, quando se é tão feliz e apaixonado como nós somos, este é um dia que deve ser comemorado como deve de ser. Por isso, sim. Mereço o caraças do vestido. Merecemos um dia fantástico. E eu estou muito contente por ter cabido nele. Ólarilolela.

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