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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Fábrica de crianças inteligentes e equilibradas e estupendas

A Madalena está a ver o Baby First (e o Ruca, no telemóvel, ao mesmo tempo - quase a endoidecer-me). No canal Baby First há um professor de ginástica para bebés que aparece a fazer uma rodinha com mães embevecidas, cada qual com o seu bebé. Eles fazem rodas, eles rebolam no chão, eles batem palminhas e cantam cantigas e estimulam as crianças e trabalham os afectos. E às vezes parecem todos muito totós e risíveis. Os sons são pensados, os gestos também, as cores. E eu comecei a sorrir porque me lembrei como fiz todas essas coisas com o Manel. O Manel foi a tudo o que era sessão especial para crianças, ginástica especializada, teatrinhos, concertos, expressão plástica, workshops de leitura, de culinária, cenas novas que pareciam prometer a criança mais feliz do universo e o adulto mais equilibrado da História. Eu, mãe empenhada de primeira viagem, queria isso. Queria falhar o mínimo possível, queria dar-lhe tudo e mais um par de botas. Azafamava-me em actividades inteligentes. Queria um rapaz perfeito. Depois... depois veio a vida. E a compreensão de que não era tanto por aí, era mais por outros lados. E veio o Martim e a seguir a Madalena. Veio a falta de tempo. De dinheiro, para tudo isso. E, pior, de pachorra. Hoje rio-me quando vejo a profusão de actividades de desenvolvimento infantil. Não é que não as ache boas, gostosas, porventura até úteis (se bem que não me parece que o Manel, que foi mergulhado em tudo o que havia, seja uma reencarnação do Einstein). Não é que não ache bonito o empenho dos pais em serem sempre melhores pais. Acho. Eu é que fui engolida pela vida e limito-me a fazer o melhor com as ferramentas que estão mais à mão.

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