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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Pedro

Na sexta-feira perdi muitas pessoas ao mesmo tempo. Perdi o meu primeiro director, o meu mestre, o meu tutor. Perdi um amigo. Perdi um padrinho de casamento. Perdi um pai, ainda que não tivesse idade para poder ser meu pai. Mas foi assim que o vi muitas vezes e por muitos anos (até hoje, e até sempre). Como um pai emprestado, no sentido profundo do pai que ensina, que guia, que protege, que elogia, que ralha, que ama e que não se cansa nem se embaraça de dizer que ama, por mensagens que serão só nossas, mas também publicamente, e tantas vezes. Mas perdi também um irmão, porque se os pais não falam de algumas intimidades (o decoro impede-os), os irmãos - quando acontece terem um boa fraternidade - partilham tudo e mais alguma coisa, despudoradamente.

Na sexta-feira perdi tanto que ainda não consigo dizer mais nada.

O Diário de Notícias, que foi a nossa casa durante dez anos, pediu-me que escrevesse sobre ti, horas depois de ter recebido a notícia ao telefone, pelo João Gobern. Pensei que não fosse capaz de escrever. Mas tu merecias que saísse do egoísmo da minha dor para te homenagear. Sinto que nada do que pudesse escrever te faria jus. Foi o possível, meu querido Pedro

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