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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

19 anos

Há 19 anos casei convicta de que aquele era o homem da minha vida. Da minha vida... considerando o que já tinha vivido até então. Porque a verdade é que nunca acreditei muito nessa coisa do amor para a vida toda (não posso dizer esta frase sem me apetecer trautear a cantiga da Deslandes). O Ricardo sabe perfeitamente que eu era uma céptica. Não lhe menti. Tivemos inúmeras conversas pré-casamento em que eu lhe confessava a minha incredulidade no amor para sempre. Ele ficava com aquela expressão preocupada, creio que pensava "ai, caraças, no que é que eu me estou a meter!", ia sempre tentando mostrar-me exemplos de relações felizes por muitos anos, mas sem grande sucesso. Achei sempre que as pessoas se amam numa fase da vida, o que não quer dizer que se amem nas demais (e, se tudo correr bem, a vida é longa e passa mesmo por muitas e muitas fases). A vida dá muitas voltas, as pessoas dão outras tantas, e acreditar que a vida e as pessoas dão as voltas em simultâneo de modo a ficarem juntas apesar de tudo... era coisinha para me fazer pensar em contos de fadas com o cinismo de quem já sabe que elas não passam disso mesmo: contos de fadas. Por isso, sim, casei com o homem da minha vida naquela fase da vida. Claro que esperava que durasse muito e que fôssemos felizes, mas para sempre... alto lá com as expectativas.

A verdade é que fizemos ontem 19 anos de casados. E se já tivemos os nossos momentos de crise, o que retendo destas quase duas décadas é tão incrivelmente positivo que não podia estar mais grata. Dezanove anos passados ele ainda é o homem da minha vida (e se a vida já deu voltas!) e não me imagino a viver sem ser com ele ao meu lado. 

Ontem estivemos a rever os álbuns do casamento de novo (sim, as fotografias ainda eram impressas e não digitais). Foi um bocadinho impressionante constatar aquilo que dizia há pouco sobre as voltas que a vida dá. Muitos amigos que foram juntos ao casamento já não estão juntos, algumas pessoas já nem sequer estão cá (nomeadamente o meu querido padrinho de casamento), outras envelheceram muito, perderam o cabelo, engordaram, entristeceram, outras envelheceram bem e continuam felizes. Mas as diferenças são gigantes. Prova de que sobreviver ao tanto que as coisas mudam é coisa para celebrar. É o que nós fazemos, com alguma frequência. Celebramos. O facto de estarmos juntos e felizes e, em primeiro lugar, o facto de ainda estarmos por cá, com saúde.

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O momento em que tocaram à campainha da casa da mãe e era um ramo de flores enviado pelo meu marido que se despedia com um "até já"

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Claramente houve excesso de arroz, com as respectivas consequências 😂

(antes que me perguntem - pela milionésima vez - por que razão casei na Igreja não sendo crente, explicar que o meu marido queria casar na igreja, os meus sogros teriam um desgosto se assim não fosse, e como para mim não é uma questão que me ofenda ou incomode, pelo contrário, estou sempre a dizer que adorava ser crente, não me custou nada casar pela Igreja e fazer felizes os que amo)

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