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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

A nossa primeira meia-maratona

Ontem, em vez de nos termos jantado massa e deitado cedo, como dois bons meninos, não. Fomos ao fabuloso espectáculo do Porchat e, a seguir, jantámos no Gambrinus (e bebemos cerveja). Somos mesmo parvos, nada a fazer.
Hoje, acordei contrariada. Só conseguia perguntar-me em que momento teria eu achado esperto meter-me a fazer uma meia-maratona. Ainda pensei não ir. Mas fui.
Quando cheguei à partida, começou a doer-me a barriga. Pensei que pudesse ser dos nervos. Mas não. A minha barriga doeu todo o caminho. A partir dos 13 quilómetros doía tanto que já não conseguia dizer se era dos intestinos ou dos ovários. Percebi, já em casa, que eram ambos.

Os primeiros 5 km foram óptimos. Doía-me a barriga mas nada de especial. Sentia-me enérgica, motivada, bem disposta. Depois, lá pelos 8, comecei a abrandar. Aos 10 km parei para beber água, bebi um gel com sabor a limão, e pensei: como é que ainda me faltam 11 km?

Para aí aos 12 ou 13, uma leitora do Cocó apareceu a torcer por nós. "Vai cocó! Vai Ricardo!" Ela não sabe nem sonha como aquela torcida me fez bem! Que miminho gostoso, que me deu um boost nas pernas que parecia um turbo (bom, talvez não exactamente um turbo…) - OBRIGADAAAA! 
Dos 15 km em diante, porém, foi só dor. Nunca me passou pela cabeça desistir mas estive mesmo aflita.  Tentei fazer a contagem decrescente, só faltam 6, só faltam 5, só faltam 4, 3, 2, 1… mas nem quando faltava 1 km me consolei. A porcaria da meta nunca mais aparecia. Disse muitos palavrões, a ver se esquecia o sofrimento. E quando cheguei, estava de tal modo exausta que nem sequer tive aquela descarga emocional, nem prazer, nem felicidade, nem nada. Talvez se os meus filhos lá estivessem tivesse chorado como uma Madalena, abraçada a eles, mas como não estavam ficámos os dois - eu e o Ricardo - um bocado apoucados a olhar um para o outro, a fazer alongamentos, e a gemer.

Fizemos 2 horas e 26 minutos. Atrás de nós só ficaram 42 pessoas - mais um bocadinho e éramos mesmo os últimos. Não vou dizer que se não fosse a dor de barriga tinha sido fantástico e tínhamos feito um tempo dos diabos. Nada disso. Foi mesmo difícil e seria difícil na mesma, sem as dores de barriga. Teria feito menos uns 5 minutos, para aí (as vezes que parei foi para ganir agarrada à pança).

Depois… quando cheguei ao carro, fiquei branca como a cal. Os lábios estavam completamente brancos. E eu com muita vontade de vomitar. Só melhorei com o almoço. Mas foi preciso esforçar-me para comer - estava mesmo enjoada.

Lições:
1 - Ir à casa de banho antes de sair de casa!
2 - Treinar mais antes da próxima meia-maratona (reparem que estou a considerar a hipótese de voltar a meter-me nisto - devo ser mesmo idiota).
3 - Trocar de ténis - os meus dedos estão todos pisados e as unhas todas negras. Já tinha percebido que não tinham a folga necessária mas desta vez foi mais que evidente.
4 - Comprar um soutien mais apropriado - tenho uma ferida enorme provocada por este.

Como nos sentimos neste momento:
Mal. A nossa figura a andar é tão ridícula, tão ridícula que não tem explicação. As minhas unhas doem-me tanto que não consigo meter os pés dentro dos sapatos (sempre estou para ver como vai ser amanhã, que vou para o Porto e para Torre de Moncorvo - e não posso ir descalça). Não consegui ir ao Moda'r, e tinha dito à minha querida Mafalda Ribeiro que ia (mas era mesmo, mesmo impossível).
Suspiramos profundamente de 3 em 3 minutos. Guinchamos para nos sentar e uivamos para nos levantar. Temos o corpo todo magoado, pés, pernas, ancas, rabo, barriga (os intestinos ainda não parecem calmos e os meus ovários decidiram enlouquecer), braços, cabeça.
Sim, eu sei que foram 21 km, não foram 42. Mas cada um sofre os horrores do seu nível. E nós só voltámos às corridas no dia 22 de Setembro (com a corrida do Destak). E somos uns amadores, os nossos treinos fariam rebolar a rir aqueles que levam isto a sério.
Para a próxima vai ser melhor! (hã? Qual próxima, criatura? Qual próxima? A sério, vai-te curar!)

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