Alienação parental
Mulheres deste mundo, das duas uma: ou os vossos ex-maridos são abusadores/molestadores/espancadores/torturadores psicológicos ou físicos dos vossos filhos (e nesse caso aplaudo de pé que os protejam deles) ou então é só nojento que os subtraiam da vida dos filhos que têm em comum.
Mulheres que, depois de uma vida inteira ao lado de um homem, que por acaso é pai dos seus filhos, um dia acordam e acham que afinal aquele já não é homem para si têm toda a minha compreensão. Ninguém é obrigado a amar a mesma pessoa para sempre. Há muita gente que se cruza no nosso caminho, os nossos interesses mudam, a vida rotineira é tramada, crescemos em direcções opostas, perdemos o desejo sexual por aquela pessoa, ganhamos interesse sexual por outras... é pá, tudo certo, compreendo tudinho. Agora, mulheres que, depois de uma vida inteira ao lado de um homem, que por acaso é pai dos seus filhos, um dia acordam e acham que afinal aquele já não é homem para ser pai dos seus filhos... aí vão para o raio que vos parta. Fico completamente cega quando sei de histórias destas. Pais que são separados dos filhos de uma forma absolutamente insidiosa, manipuladora, medonha. A coisa vai crescendo, vai tomando proporções incríveis e, quando dão por isso, estes pais não têm qualquer tipo de relação com os seus filhos. Isto, minhas caras, é nojento. E muito me surpreende que consigam deitar as vossas cabecinhas sórdidas sobre a almofada, à noite. E aquela desculpa do "ah, mas ele não quer ver o pai" não colhe! Se a criança disser que não quer ir à escola não vai? Se a criança disser que não quer tomar banho não toma? Não, pois não? Bem me parecia. A criança pode até não querer ver o pai, no início de uma separação, por estar confusa, por estar a atribuir culpas ao pai, por qualquer razão que tem de ser investigada. E afastar os dois não vai ajudar a arrumar a desordem na sua cabeça. Só vai piorar tudo.
Já fiz uma reportagem sobre este assunto, há uns anos, mas não deixo de me indignar sempre que sei de mais um caso.
A todos os que estão a passar por este inferno, a minha mais profunda solidariedade. Também há mulheres neste rol de vítimas mas - para contrabalançar com o que é costume - são mais os homens a passarem pelo martírio de se verem afastados dos filhos.
A minha mãezinha até podia ter um milhão de razões de queixa do meu paizinho, enquanto mulher e ex-mulher dele. Mas nunca nos afastou nem nunca me pôs contra ele, muito pelo contrário! Mesmo quando o meu pai falhava, ela desculpava-o sempre, inventando uma dúzia de razões plausíveis.
Obrigada por - também nisto - teres sido uma grande mãe.
Quanto a vocês... tenham juízo nessas cabeças. Pensem que não é só aos vossos ex-maridos que estão a fazer mal. É sobretudo aos vossos filhos.