Cancro do colo do útero: a importância do rastreio
Hoje celebra-se o Dia Internacional da Saúde Feminina e a Liga Portuguesa Contra o Cancro lançou uma campanha nacional de sensibilização para o cancro do colo do útero, com o apoio da Sociedade Portuguesa de Ginecologia e da Roche, que alerta a população para a importância do teste de rastreio, uma vez que se for realizado nos intervalos propostos, reduz significativamente o risco da doença.
“Em Portugal morre uma mulher por dia com cancro do colo do útero. Quisemos, por isso, envolvê-los numa campanha à escala nacional e mostrar a importância que assumem ao nível da prevenção e preocupação com a saúde. Nesse sentido, recorremos à utilização de imagens de um marido, de uma mãe e de uma filha, como forma de demonstrar que eles próprios são um importante aliado para combater o 2º tumor ginecológico maligno mais frequente nas mulheres portuguesas abaixo dos 50 anos” afirma Francisco Cavaleiro de Ferreira, Presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro.
“As mulheres entre os 25 e os 65 anos representam o grupo de maior risco para o desenvolvimento do cancro do colo do útero, pelo que se aconselha um exame ginecológico regular nestas faixas etárias, de forma a assegurar a deteção atempada. O nosso objetivo é alertar para a importância dessa vigilância, promovendo as consultas médicas e a realização do teste de rastreio periódicos, como forma de prevenção da doença.” acrescenta Fernanda Águas, Presidente da Sociedade Portuguesa de Ginecologia.
Sobre o cancro do colo do útero
Em cerca de 99% dos casos, o cancro do colo do útero é causado pela infeção persistente por HPV de alto risco, vírus do papiloma humano. A sua incidência é de cerca de 900 novos casos por ano. Surge na parte inferior do útero a que se chama colo do útero e o seu desenvolvimento é silencioso, pelo que não se deve esperar pelos sinais de alarme – corrimento vaginal anormal, dor e perdas de sangue durante ou após a relação sexual.
O que é o HPV?
O HPV pertence a uma família de vírus muito comuns que causam infeções nas mucosas humanas (colo do útero, vagina, cavidade oral, ânus) e que se divide em 2 grandes grupos:
- HPV de baixo risco, responsáveis por exemplo pelo aparecimento de verrugas;
- HPV de alto risco, assim classificados porque podem causar o cancro do colo do útero.
Há 14 tipos de HPV de alto risco. Destes, os tipos 16 e 18 são responsáveis por 70% dos casos de cancro do colo do útero.
Calcula-se que 4 em cada 5 mulheres são expostas ao vírus em algum momento da sua vida.
Na maior parte das mulheres, a infeção pelo HPV é eliminada pelo sistema imunitário, sem nunca ter criado qualquer tipo de sintomas. Porém, em alguns casos, a infeção persiste e o vírus pode provocar alterações nas células do colo do útero, promovendo a sua transformação em células cancerosas.
Como se transmite o HPV?
Qualquer pessoa pode ser infetada com HPV, mesmo tendo apenas um parceiro sexual.
O HPV é sobretudo transmitido por contacto sexual.
A infeção pode persistir durante largos anos sem desenvolvimento de doença.
Porque é que o cancro do colo do útero pode ser prevenido?
Porque tem geralmente um desenvolvimento lento e o seu agente causal – o HPV - é conhecido.
É possível prever o risco de desenvolvimento deste cancro e detetar as lesões precursoras através da realização de teste de rastreio.
A prevenção através do rastreio regular (teste de HPV e/ou citologia) é fundamental para evitar o cancro do colo do útero.
Salvem-se.
Salvem amigas e familiares.
Alertem.
Espalhem a palavra.
Partilhem.
Façam o rastreio.