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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Charters de chineses*

Diz que os chineses andam malucos a comprar casas no Parque das Nações. Não podem ver uma porta e dois pares de janelas que lhes saltam em cima como pulgas em lombos de cães. O meu vizinho (o tal cujo T1 gostaríamos de comprar para partirmos umas paredes e ficarmos com um belo T6) anda agora todo entusiasmado com a hipótese de vender o apartamento aos chineses e até já avançou com um valor que alguém de uma imobiliária lhe garantiu ser perfeitamente possível de conseguir para o seu imóvel. Se isso vier a acontecer, terei então de pôr a minha casa à venda. Porque se ele vender a dele pelo que estima, nós teremos uma pequena fortuna em mãos. A questão que se impõe é: o que fazemos com a massa? Comprar outra casa por aqui estará, pela lógica, fora de questão porque das duas uma: ou já não existem imóveis interessantes porque os chineses as arrebanharam, ou as que existem estão pela hora da morte (à espera que os chineses avancem com a maleta cheia de notas). Podíamos comprar uma moradia imensa, com terreno e piscina algures fora de Lisboa. Mas… e Lisboa? E estar aqui ao pé de tudo? E ter a cidade inteira à mão de semear? Só de termos saído mesmo do centro (vivíamos no Príncipe Real) já sentimos diferença. A falta que sinto do espírito de bairro, quase aldeia, das lojinhas, das velhotas cuscas, das conversas de café. E se fosse para Mafra, para Torres Vedras, para o Cadaval? Seria feliz? E o cinema, o teatro, o Chiado, Campo de Ourique, os sítios todos de que gosto e que ficam aqui tão perto?
Hoje falávamos com um vizinho que está a pensar render-se aos chineses. O valor que lhe prometem pela casa permitirá que compre uma moradia brutal a 30 minutos de Lisboa. E nós ouvimos aquilo e ficamos assim a pensar. Mas só por um bocadinho. Depois olhamos um para o outro, dizemos um "nah" em simultâneo e continuamos aqui, sem mais terreno que um terraço (e já o adoramos), sem piscina, sem sete ou oito quartos, mas na Lisboa que adoramos. Pelo menos até esta zona estar transformada na Chinatown da capital. Depois… depois logo se vê (se calhar até vai ser animadíssimo, sócios!).

* o Futre é um homem à frente do seu tempo, é o que é.

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