Reflexões junto ao mar
Carcavelos, 11 horas. Um silêncio e uma paz. E um frio, também.
A seguir, a entrevista e a inquietação. O futuro dá medo. E não é só aquele futuro distante. É mesmo o futuro do amanhã. Ninguém está a salvo, é o que se sente. É o que sinto. E não me conformo. Não me quero angustiar mas também não sou idiota. Não quero coarctar-me mas também não vivo na estratosfera. Sento-me a olhar o mar e os surfistas. Parecem tão genuinamente felizes, deslizando pelas ondas, contornando a espuma das marés. Serão uma metáfora? Fico a vê-los. Podem ser hipnotizantes. Um deles passa por mim e sorri. É um sorriso verdadeiro, quase posso jurar. Entra dentro de água e equilibra-se na onda. Consegue esse equilíbrio. Volta para trás. Mais uma onda. Novo desafio, nova estabilidade instável. Nova conquista. Como todos nós, no fundo. Sim, há ali uma metáfora. Meto-me no carro e venho-me embora, mais serena.
Não liguem. Hoje deu-me para isto.
A seguir, a entrevista e a inquietação. O futuro dá medo. E não é só aquele futuro distante. É mesmo o futuro do amanhã. Ninguém está a salvo, é o que se sente. É o que sinto. E não me conformo. Não me quero angustiar mas também não sou idiota. Não quero coarctar-me mas também não vivo na estratosfera. Sento-me a olhar o mar e os surfistas. Parecem tão genuinamente felizes, deslizando pelas ondas, contornando a espuma das marés. Serão uma metáfora? Fico a vê-los. Podem ser hipnotizantes. Um deles passa por mim e sorri. É um sorriso verdadeiro, quase posso jurar. Entra dentro de água e equilibra-se na onda. Consegue esse equilíbrio. Volta para trás. Mais uma onda. Novo desafio, nova estabilidade instável. Nova conquista. Como todos nós, no fundo. Sim, há ali uma metáfora. Meto-me no carro e venho-me embora, mais serena.
Não liguem. Hoje deu-me para isto.