Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Ver Barcelona por um canudo

12795461_925697294203820_5216322321637242163_n.jpg

 

Ontem saímos para correr 25 km. Para não chatear a minha mãe, a braços com a doença súbita da sua cadela velhinha, contratámos babysitter. Saímos de casa às 11h. Fomos até à Praça do Comércio, subimos a Avenida da Liberdade, a Fontes Pereira de Melo, descemos a Avenida da República. A contrariedade inicial deu lugar a uma boa disposição e vontade de fazer mais um treino longo de preparação para a maratona de Barcelona. 

Até que... mesmo em frente ao Campo Pequeno, senti uma dor aguda no joelho. Continuei, parei, esfreguei, caminhei, tornei a correr. Ao correr, o joelho estalava como se estivesse desencaixado. Até parecia que o movimento da perna era esquisito. Fui entre pára, arranca, corre e anda até Entrecampos. Foi então que decidi não continuar. Não conseguia. Chamei um Uber, implorei ao Ricardo que prosseguisse e fui para casa. Chorei todo o caminho porque algo me dizia que não tinha sido coisa pequena.

Pus gelo e esperei que melhorasse. O Ricardo fez 20 km, foi ao cinema com a Madalena, levou o Mateus para casa dos pais para eu poder ajudar o Martim nos estudos. Quando me levantei... até vi estrelas. Estava toda manca. Depois de falar com amigos, entre os quais uma médica, decidi ir ao hospital. Fizeram-me o que já se previa: raio x. Ora o raio x apanha os ossos e não tendões, ligamentos, articulações, etc. "Marque depois uma ecografia das partes moles do joelho". Adeus, 40 euros, e nem umas canadianas.

Cheguei a casa, voltei ao estudo com o Martim, pus a pomada que me mandaram. Ao final do dia estava tão mal que nem só a ideia de pôr o pé no chão me doía. O Ricardo foi buscar as canadianas do Martim, andei assim pela casa. A noite foi um tormento porque qualquer movimento dá dores excruciantes. Ao acordar, marcámos a ecografia pelo telefone. Só tinham vaga para o dia... 5 de Abril.

Voltei ao hospital. Disse que não saía dali sem um diagnóstico, que não podia ficar até 5 de Abril a ganir de dores e sem saber o que tenho. Fizeram ecografia das partes moles. "Tem o joelho cheio de líquido, o que revela lesão, mas não lhe sei dizer o que foi. Só a ressonância magnética permite ver se foi uma ruptura do menisco, se foram os ligamentos...". Puseram uma cena elástica, mandaram marcar consulta com um ortopedista, entregaram umas canadianas e toma lá mais 40 euros.

 

De maneira que é assim. Um amigo de uma amiga conseguiu entretanto marcar ressonância para dia 3. 

Com tudo isto, está bom de ver que a maratona de Barcelona já era. Faltam 2 semanas.

Estou a tentar não pensar muito nisso e, sempre que me dá para a auto-piedade, procuro lembrar-me, assim em loop, de dramas verdadeiros: cegar, descobrir um cancro agressivo, perder um filho. Isso sim, são dramas. Não ir correr a maratona com a grupeta maravilhosa das corridas, depois de meses de treinos? É só um bocado chato. Muito chato, vá. 

 

 

 

1 comentário

Comentar:

Mais

Se preenchido, o e-mail é usado apenas para notificação de respostas.

Este blog tem comentários moderados.